O Flamengo, sob a nova liderança de Luiz Eduardo Baptista, conhecido como “Bap”, decidiu realizar uma pausa estratégica no processo de assinatura final do acordo para a aquisição do terreno do Gasômetro. Essa medida visa possibilitar uma avaliação minuciosa da viabilidade econômica, financeira e técnica do projeto destinado à construção do novo estádio do clube.
O terreno, com uma área de 86 mil metros quadrados, foi arrematado em um leilão realizado em julho de 2024. O valor inicial de R$ 138,2 milhões, mais R$ 7,8 milhões, foi inicialmente alvo de contestações, desencadeando um intricado embate judicial. Após intensas negociações envolvendo a Prefeitura do Rio de Janeiro, a Advocacia-Geral da União, a Caixa Econômica Federal e o Flamengo, ficou acordado que o clube desembolsaria um montante adicional de R$ 23 milhões, a ser quitado em parcelas ao longo de cinco anos.
O adiamento do projeto tem um impacto direto nos investimentos na área circundante ao Gasômetro, levando as incorporadoras e os detentores de Cepacs a reexaminarem seus cronogramas de lançamento. A suposta valorização da região portuária do Rio de Janeiro poderá sofrer atrasos enquanto o Flamengo se dedica a assegurar a viabilidade do projeto sem comprometer sua estabilidade financeira e desempenho esportivo.
Outro ponto a ser abordado é a realocação da estação de gás da CEG, que ocupa uma pequena porção do terreno. O prefeito Eduardo Paes garantiu que os custos desse processo serão assumidos pelo município, salientando que oponentes ao estádio não devem criar obstáculos desnecessários.
O Flamengo ainda não emitiu um comunicado oficial sobre os próximos passos a serem tomados. A diretoria aguarda a conclusão das avaliações técnicas e financeiras antes de prosseguir. A data de inauguração originalmente prevista para o estádio era 15 de novembro de 2029, marcando os 134 anos do clube, porém, os prazos poderão ser reajustados visando a solidez financeira do clube.
O adiamento do projeto do estádio do Flamengo no Gasômetro reflete uma postura cuidadosa da nova administração, colocando em primeiro plano a segurança financeira. Embora essa decisão acarrete em consequências para o entorno imobiliário e possíveis atrasos no desenvolvimento urbano planejado, a ênfase em análises detalhadas pode culminar em um plano mais sustentável e benéfico a longo prazo. É crucial que todos os envolvidos mantenham uma comunicação transparente e precisa para ajustar suas expectativas e prazos de forma realista, garantindo a realização de um projeto bem-sucedido proveitoso para todas as partes interessadas.